A pesca milagrosa
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, podia-se com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é ler “distraidamente”.
Clarice Lispector
A escrita nas entrelinhas
Mas já que há de se escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
Redigir é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu, tem gente que sabe dizer o que quer passar para o papel, mas só consegue falar. Outros escrevem para o leitor adivinho. Há aqueles que acham difícil organizar as informações, e ainda os que o fazem, não convencem, e pensam que o texto ficou ótimo. Existe, ainda, quem tente impressionar com palavras difíceis.
É sem dúvida, produzir um bom texto não é tarefa fácil, mas há quem aprenda a fazer melhor.
O prazer da escrita vem também do hábito pelo gosto da leitura, que a antecede sempre. Porque a força de se ler desperta em alguns, a tentativa e o desejo de fazer qualquer coisa parecida. De também querer expressar-se e desvendar alguns mistérios da alma, ou simplesmente colocar no papel aquilo que o move ou comove e ainda, de criar as suas próprias ficções, dando asas à imaginação.
Por outro lado, o hábito de desenvolver idéias não implica necessariamente a que sejam todos escritores ou aspirantes a tal. Muito pelo contrário, esse prazer pode traduzir apenas uma necessidade de busca interior, ser um impulso de momento, durar uma fase, longos anos, uma vida inteira, ou ser um gesto que os acompanha.
Segundo o livro Tao dos chineses, a receita para a plena realização de qualquer pessoa passa por plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. A idéia é romântica e tem tido muitos seguidores, mas importa dizer que redigir um livro não incumbe o compromisso de publicá-lo.
Para muitos o ato da escrita é intimista, quase secreto, uma experiência emocional, que revela os sonhos mais profundos e que os leva para outros mundos, ajudando-os a vencer a rotina que os consome dia após dia.
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, podia-se com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é ler “distraidamente”.
Clarice Lispector
A escrita nas entrelinhas
Mas já que há de se escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
Redigir é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu, tem gente que sabe dizer o que quer passar para o papel, mas só consegue falar. Outros escrevem para o leitor adivinho. Há aqueles que acham difícil organizar as informações, e ainda os que o fazem, não convencem, e pensam que o texto ficou ótimo. Existe, ainda, quem tente impressionar com palavras difíceis.
É sem dúvida, produzir um bom texto não é tarefa fácil, mas há quem aprenda a fazer melhor.
O prazer da escrita vem também do hábito pelo gosto da leitura, que a antecede sempre. Porque a força de se ler desperta em alguns, a tentativa e o desejo de fazer qualquer coisa parecida. De também querer expressar-se e desvendar alguns mistérios da alma, ou simplesmente colocar no papel aquilo que o move ou comove e ainda, de criar as suas próprias ficções, dando asas à imaginação.
Por outro lado, o hábito de desenvolver idéias não implica necessariamente a que sejam todos escritores ou aspirantes a tal. Muito pelo contrário, esse prazer pode traduzir apenas uma necessidade de busca interior, ser um impulso de momento, durar uma fase, longos anos, uma vida inteira, ou ser um gesto que os acompanha.
Segundo o livro Tao dos chineses, a receita para a plena realização de qualquer pessoa passa por plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. A idéia é romântica e tem tido muitos seguidores, mas importa dizer que redigir um livro não incumbe o compromisso de publicá-lo.
Para muitos o ato da escrita é intimista, quase secreto, uma experiência emocional, que revela os sonhos mais profundos e que os leva para outros mundos, ajudando-os a vencer a rotina que os consome dia após dia.
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